Cuidado multidisciplinar na luta contra o AVC

Profissionais da assistência do Hospital Governador Israel Pinheiro e acadêmicos de enfermagem se reuniram nesta segunda-feira, pela manhã e à tarde, para discutir sobre linhas de cuidados do AVC  no HGIP.  O evento, em referência ao Dia Mundial do AVC (29 de outubro), teve objetivo de orientar sobre os sintomas característicos da doença, além de alertar para a importância da prevenção de sequelas por meio da rápida intervenção no primeiro atendimento.

Dados estatísticos do Ministério da Saúde apontam o Acidente Vascular Cerebral (AVC) como a principal causa de morte entre brasileiros. Por ano, são registradas cerca de 130 mil mortes. No mundo todo, esse número  poderá chegar a 6,5 milhões em 2015 e 7,8 milhões em 2030. Além de ser uma das principais causas de morte, o AVC também pode deixar sequelas que, em muitos casos, são irreversíveis gerando incapacidade.

O médico e coordenador da residência em neurologia clínica do IPSEMG, Carlos Guilherme Veloso, apresentou em uma palestra o projeto defendido pela equipe acerca da linha de cuidados para atendimento de AVC, o qual abrange três frentes: urgência, internação e pós-alta.

O especialista explica que, no serviço de urgência, é necessário treinar equipes de atendimento, incluindo recepcionistas e porteiros para o reconhecimento dos sintomas da doença e intervenção rápida. “Optamos por um fluxograma mais simples e eficaz. É identificar os sintomas e agir rápido, mobilizar”, esclarece. O Ministério da Saúde preconiza o atendimento nas primeiras 4h30 do início dos sintomas para evitar sequelas.
A servidora Maria Aparecida Farias Ramos trabalha na recepção do Serviço Médico de Urgência (SMU) é uma dos 31 participantes do treinamento realizado no HGIP, este ano. Ela elogiou a iniciativa da equipe e conta que tem procurado colocar todas as orientações em prática ao receber pacientes na urgência. “Achei muito bom, importante e defendo que tínhamos que ser treinados até para reconhecer os sintomas de outras doenças muito comuns aqui como o infarto”.

Durante a internação, segundo o neurologista, as complicações decorrentes do problema podem ser minimizadas, o tempo de permanência hospitalar abreviado e a reabilitação do paciente acelerada, por meio da monitorização contínua e assistência por equipe multidisciplinar, composta por neurologista, clínico geral, neurocirurgião, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, assistente social e psicólogo.
Ele ainda mostrou estudos que  revelam índices de redução relativas ao comparar pacientes internados em enfermarias comuns com aqueles que estiveram em unidade especializada de AVC.O número de mortes caiu 18%, o de dependência 29% menor e o de institucionalização teve queda de 25%. Após a alta, essa mesma equipe deve assistir o paciente dando-lhe todo suporte necessário evitando, que a pessoa tenha uma reincidência do AVC.

O médico encerrou a palestra ponderando que a desinformação e a desorganização dos sistemas de saúde constituem os maiores obstáculos na luta contra esse problema que atinge pessoas em todas as idades, mas é mais prevalente na população acima dos 65 anos de idade. “O AVC é o próximo grande obstáculo a ser vencido pela medicina, mas com um horizonte promissor a ser seguido”.

 



 

Publicado em 27/10/2015 14:55

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