Dia Mundial de Luta Contra a Aids

O Dia Mundial de Luta Contra a Aids é comemorado anualmente no dia 01 de dezembro. Essa data foi instituída para alertar sobre a importância da prevenção e incentivar a análise sobre a Aids pela sociedade e órgãos públicos.

Neste ano, no Brasil o dia também marcará a abertura do Dezembro Vermelho, um mês inteiro dedicado à prevenção, diagnóstico e tratamento do HIV/Aids.

De acordo com o Relatório de Monitoramento Clínico do HIV, lançado dia 23/11 pelo Ministério da Saúde, 84% das pessoas diagnosticadas com HIV no Brasil estão em tratamento, percentual que se aproxima de meta da Organização das Nações Unidas de combate à Aids (Unaids).

Dados divulgados pela Unaids, apontam que o total de novas infecções a cada ano no Brasil aumentou em 3% entre 2010 e 2016, uma tendência contrária à média mundial, que sofreu redução de 11%.

Em 2016, aproximadamente 830 mil pessoas viviam com HIV no Brasil, dessas, 694 mil (84%) diagnosticadas; 655 mil (79%) vinculadas a algum serviço de saúde, e 563 mil (68%) retidas nos serviços.

Pensando nisso, a ONG brasiliense “Amigos da Vida” criou um aplicativo chamado HIVE, que será lançado nessa sexta-feira (01). O objetivo do aplicativo é oferecer apoio às pessoas que convivem com a AIDS, bem como seus parentes e amigos.

Algumas populações são mais afetadas que outras. Enquanto as estimativas mostram que menos de 0,5% da população geral esteja vivendo com HIV no Brasil, entre homens que fazem sexo com homens (HSH), essa prevalência chega a cerca de 10,5%, segundo o Boletim Epidemiológico de HIV/AIDS de 2015.

Houve ainda um drástico aumento de infecção do HIV entre jovens com 15 a 24 anos no Brasil. Entre 2006 e 2015, a taxa de infecção mais do que triplicou, subindo de 2,4 para 6,9 casos registrados a cada 100 mil jovens com idades entre 15 e 19 anos. Ao analisar a faixa etária de 20 a 24 anos, os casos aumentaram de 15,9 para 33,1, a cada 100 mil habitantes.

Segundo Isadora Saraiva, médica infectologista do IPSEMG, é difícil estabelecer uma única causa para o aumento dos casos de HIV, especialmente entre os jovens. “As novas gerações lidam com o HIV de forma completamente diferente do que se lidava no início dos anos 80. Atualmente temos um cenário onde o tratamento é extremamente eficaz e de fácil acesso para todas as pessoas que vivem com HIV e AIDS. Com isso, os jovens hoje em dia tendem a subestimar a gravidade da doença e se protegem cada vez menos”, explica.

O vírus
O HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana, causador da Aids. O vírus ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.

Ter o HIV não é o mesmo que ter Aids, existem muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença.

O vírus pode ser transmitido para outras pessoas por meio de relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.

É importante ressaltar que o vírus não pode ser transmitido pelo ar ou por meio de picada de insetos, suor, apertos de mão, abraços, beijos, talheres, copos, toalhas e lençóis.

Além disso, as mães que vivem com HIV têm 99% de chance de terem filhos sem o vírus se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto.

Prevenção
Atualmente as campanhas nacionais são voltadas para estratégias de prevenção combinada, onde se faz uso simultâneo de diferentes abordagens de prevenção (biomédica, comportamental e estrutural) aplicadas em múltiplos níveis (individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de determinadas formas de transmissão do HIV.

Está também em implantação no Brasil, mais uma estratégia de prevenção, a profilaxia pré-exposição (PrEP), uma estratégia de prevenção que envolve a utilização diária de um medicamento antirretroviral (ARV), por pessoas não infectadas, para reduzir o risco de aquisição do HIV através de relações sexuais.

Os principais pontos para prevenção são:
- Testagem regular para HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis;
- Profilaxia pós-exposição, para acidentes pérfuro-cortantes e exposições sexuais de risco;
- Prevenção da transmissão vertical (da mãe para o filho);
- Orientações sobre uso de preservativo;
- Tratamento de todas as pessoas vivendo com HIV.

Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue ou por fluido oral. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em cerca de 30 minutos. Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA).

Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo usuário. Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (136).

O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de baixa e média renda, com mais da metade das pessoas vivendo com HIV recebendo TARV.

O tratamento envolve a combinação de, pelo menos, 3 medicamentos, usados diariamente e com poucos efeitos colaterais. Esses medicamentos conseguem controlar a multiplicação viral possibilitando a recuperação ou manutenção do sistema imunológico do paciente. Com o tratamento regular a pessoa tem a chance de ter uma vida longa e de qualidade mantendo suas atividades habituais, especialmente quando o diagnóstico e tratamento são precoces.

No entanto, apesar de já existir tratamento eficaz para o controle da infecção pelo HIV, ainda não foi descoberta a cura e, quando não tratada de forma adequada, continua sendo uma infecção de evolução lenta, mas muito grave.

O IPSEMG está preparado para o atendimento desde a prevenção até o tratamento, tanto das pessoas com diagnóstico precoce e assintomáticas, quanto dos pacientes que chegam doentes e necessitam internação. A medicação é fornecida apenas pelo SUS, mas todo o atendimento pode ser realizado pelo Instituto, se o usuário desejar.

Publicado em 01/12/2017 13:24

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