Criado em 2011, o Serviço de Estomaterapia do IPSEMG presta atendimento hospitalar e ambulatorial aos pacientes que passaram a usar bolsas de estomas. No primeiro balanço realizado neste segundo semestre de 2018, pelas duas enfermeiras da área, foi contabilizado o atendimento a 2469 beneficiários que resultaram 7344 consultas de estomaterapia nestes sete anos. Esses números são resultantes do atendimento principalmente das clínicas de cirurgia geral, coloproctologia, urologia, gastroenterologia, geriatria e pediatria.
Como forma de avaliar melhor os resultados com os pacientes, as enfermeiras conseguiram reunir em agosto último, 57 pacientes estomizados, familiares deles e outros 15 convidados para interação e troca de experiências além dos relatos de superação das consequências com a nova condição de vida.
Neste primeiro encontro dos estomizados, as enfermeiras priorizaram as pessoas que fizeram estomas neste ano de 2018 e aqueles estão melhor adaptados ou revertidos. Segundo Myriam Pires dos Santos, enfermeira estomaterapeuta do IPSEMG, o objetivo não foi ensinar a técnica dos cuidados com o estoma, mas que cada um revelasse o momento da superação e as dificuldades ocorridas durante o processo.
Além dos familiares dos pacientes, médicos, nutricionistas, enfermeiras e pessoas dos serviços de apoio também deram a contribuição ao evento. Também foram relevantes os depoimentos de um paciente estomatizado que faz quimioterapia e de crianças que usaram bolsas de estomas e que reverteram o quadro. As mães relataram como foi conviver com a situação e superar as dificuldades até a reversão.
Outras temas complexos foram também debatidos tais como os direitos à assistência para esses pacientes, medo, constrangimentos e superações individuais e familiares. A presença de casais foi importante para que assuntos como namoro e sexualidade também fizessem parte do debate.
A enfermeira Myriam Pires dos Santos disse que o encontro superou as expectativas. “O aprendizado é diário e a troca de experiências entre nós, estomaterapeutas e os pacientes, é uma busca pela autoestima do estomizado com o aumento da responsabilidade do nosso trabalho. Todos os dias observamos no olhar dessas pessoas, o quanto é desastroso a primeira vez delas nesta nova situação. Percebemos o medo, a insegurança e a não aceitação. Nós os treinamos na técnica, no cuidado com a nova rotina e os encaminhamos e orientamos. Porém, o preconceito no retorno para a vida diária muitas vezes afasta esses pacientes. Tenho conhecimento que algumas pessoas pouco saem de casa por receios do estoma. O nosso trabalho precisa continuar...”
No final do encontro os pacientes permitiram fotografias e aí foi possível registrar momentos felizes deles nesta confraternização. A ideia da equipe de estomaterapeutas é repetir todos os anos.
30/11
23 de outubro
24 de outubro