Oficina mirim de culinária

Cozinha é lugar de gente grande! É o que muitos adultos dizem às crianças com intuito de evitar que elas atrapalhem as atividades e a rotina no ambiente. Contudo, a 1ª oficina de culinária da Nutrição voltada aos beneficiários acompanhados pela equipe de pediatria do Centro de Especialidades Médicas (CEM), nesta quinta, 29, revelou que isso é tarefa para criança sim.

Devidamente paramentadas, com os ingredientes, receitas nas mãos e sob a supervisão das nutricionistas Claudia Prado de Souza e Danielle Pena Sena, as crianças e mães partiram para a prática do que aprenderam durante os encontros. O cardápio incluiu bolo de banana, maionese de abacate, hamburger caseiro e salada de frutas.

Helena Ávila, 10, fez parte da turma que preparou a maionese de abacate e se diz contente de participar da atividade e satisfeita com o resultado que tem obtido. Ela, que está no grupo desde o início, não soube dizer o quanto já emagreceu, mas conta que estava acima do peso. Segundo a mãe, Rose Luzia dos Reis, o sobrepeso da menina era um problema na escolha da roupa. “Era uma dificuldade, ela queria vestir só roupas largas porque se sentia mal. Hoje já veste short, vestido”, destaca. Rose ainda lembra que sempre se preocupou com alimentação saudável da família, mas ao participar das reuniões, descobriu que estava errando ao preparar os alimentos. “Eu fazia um suco natural de laranja, mas às vezes eu colocava muito açúcar”. Ela ainda relata que não era hábito da família sentar-se à mesa para almoçar com as filhas e a adoção desse hábito fez toda diferença na alimentação da família.

Outro chef mirim, Leonardo Josué Mariano da Silva, 7, comandou junto com outros chefs a confecção de cupcakes de banana. Ele é acompanhado pela pediatra Yeda Maria Laignier de Oliveira desde que nasceu e, ao notar que a criança estava ficando acima do peso, encaminhou ele para a equipe. A mamãe Miram Andrade Mariano Silva relata que participou de todos os encontros e se diz muito feliz a evolução do tratamento do pequeno. "Ele ainda reclama de comer algumas coisas, mas é um processo. Estamos no caminho". Ela relata que, além do sobrepeso, Leonardo já tinha apresentado níveis altos do colesterol. "Ele emagreceu o que precisava, o peso dele estabilizou e o colesterou diminuiu consideravelmente", comemora.

Cláudia disse que tem um combinado com seus pacientes mirins: “vale não gostar, mas não vale não experimentar”. Isso para ressaltar que até mesmo nós adultos temos hábito de rejeitar algum alimento sob o argumento de não gostar, muitas vez sem nem ter experimentado. “Às vezes a gente experimenta e se surpreende. No grupo, nas nossas dinâmicas, eu sempre falava isso: vamos dar uma chance para os alimentos. Uma menininha disse: eu dei uma chance para o brócolis. Então ela passou a comer brócolis”.

O grupo

O grupo de 11 crianças de 7 a 13 anos é acompanhado pela equipe multidisciplinar composta por pediatra, nutricionista, endocrinologista e psicóloga, objetivando a educação em hábitos saudáveis de alimentação.

Cláudia Prado de Souza explica que as crianças atendidas no ambulatório que apresentaram sobrepeso ou outros problemas como aumento do nível de colesterol, por exemplo, foram inseridas nesse grupo. As reuniões ocorriam a cada 15 dias. “As crianças eram consultadas pela pediatria, nutrição e endocrinologia e  depois, o grupo era dividido para que os pais participassem de palestras e dinâmicas com com os profissionais da psicologia e pediatria. "No encontro seguinte a gente trocava os grupos”. A nutricionista explica que os pais recebiam as orientações para auxiliá-los na tarefa de melhorar a alimentação dos filhos.

Interessados em participar devem se informar com a equipe da Pediatria que atende na Ala B do Centro de Especialidades Médicas (CEM), de 2ª a 6ª, das 7h às 18h.

 

Publicado em 30/11/2018 16:32