Aumenta o número de doenças cardiovasculares entre jovens

Recente, a imprensa mineira noticiou a morte do radialista Lucas Werneck, 35 anos. As primeiras informações dão conta de que ele pode ter sido vítima de um infarto agudo do miocárdio. O mesmo aconteceu, no ano passado, com Danilo Feliciano, 29, filho do ex-jogador da seleção brasileira e pentacampeão Cafu. Ele sofreu um mal súbito durante uma partida de futebol, em setembro do ano passado.

As ocorrências acendem um alerta na comunidade científica que veem com preocupação o aumento da incidência de doenças cardiovasculares na população mais jovem. O infarto agudo do miocárdio, o mais comum entre elas, acomete cada vez mais pessoas na faixa etária entre 20 e 39 anos. 

Estatística
 
Um estudo da Organização Pan-americana de Saúde (OPAS) aponta que as doenças cardiovasculares são a maior causa de morte no mundo. Dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) apontam que, no Brasil, a cada um minuto e meio, uma pessoa morre em decorrência de problemas cardiovasculares. Anualmente, representam cerca de 30% dos óbitos registrados.
 
Alguns fatores de risco podem contribuir para essas doenças, dentre os principais estão: avanço de idade, obesidade, sedentarismo, tabagismo, uso de drogas e hereditariedade.
 
Em entrevista a Assessoria de Comunicação Social (ACS) do Ipsemg, o cardiologista Nilson Maia revela outros fatores que contribuem para o aumento de doenças cardiovasculares, principalmente o infarto, entre jovens.
 
 
O que explica essa grande incidência de casos de infarto na população jovem?
 
Bom, primeiramente devemos considerar que nem toda morte súbita é por decorrência de infarto. É muito comum, quando um paciente morre subitamente, o primeiro diagnóstico acertado ser de infarto. Mas nessa faixa-etária, entre 30 e 45 anos, temos que pensar em outras possibilidades de morte súbita. Então, é importante que seja feito um estudo de necropsia para definir assertivamente se esses pacientes foram acometidos por um infarto.
 
Doutor, existe uma ideia de que problemas cardiovasculares estão associados a sobrepeso, sedentarismo, tabagismo, entre outros hábitos não-saudáveis. Além dos citados, quais outros fatores podem desencadear problemas cardíacos entre jovens?
 
Os fatores citados por você, Cléria, são os clássicos para o infarto. Só que nessa população mais jovem, temos sempre que pensar em outros fatores externos. Principalmente o que temos visto muito hoje nos serviços de urgência que é a associação com o uso de cocaína e anabolizantes.
 
Sempre ouvimos dizer que o infarto em pessoas jovens costuma ser mais fatal, do que nas de idade mais avançada. Isso é um mito ou verdade?
 
Não é um mito. Sabemos que o paciente idoso, muitas vezes já tem uma obstrução que vai se instalando ao longo dos anos, e faz com que o paciente desenvolva o que chamamos de circulação colateral. São vias acessórias para que o sangue chegue ao músculo cardíaco. Muitas vezes, no jovem, isso ainda não se instalou, e a falta de circulação no músculo cardíaco (isquemia), pode determinar um infarto fatal, uma arritmia maligna, ou até as complicações mecânicas do infarto que muitas vezes são irreversíveis.
 
Por fim, o que é recomendado para prevenir problemas cardiovasculares tão precocemente?
 
No geral, os cuidados com a saúde. O controle adequado do peso, controle do colesterol, triglicérides e glicose, a não utilização do tabaco e outras drogas, como a cocaína, e a atividade física regular. São as medidas higiênico-dietéticas adequadas para qualquer paciente para a prevenção de diversas doenças.
 

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Publicado em 14/01/2020 16:06

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