Médicos alertam para importância de cultivar a saúde mental

Nesta quinta-feira, quando é celebrado o Dia Internacional do Idoso, um dos assuntos mais importantes a serem debatidos é a saúde mental de quem já chegou a essa fase da vida. Durante a pandemia da Covid-19, os idosos, um dos grupos mais vulneráveis à doença, também sofreram grandes impactos psicológicos, principalmente pela redução do contato social com familiares em virtude da necessidade de se manter o isolamento, mesmo dentro de casa.
 
A assistente social aposentada Maria Teresinha Pinto, de 75 anos, é um exemplo de como uma pessoa mais velha pode se sentir abalada pelas mudanças na rotina. Ela tinha uma vida social movimentada, mas nos últimos seis meses está totalmente isolada em casa, em Niterói, onde mora sozinha, saindo apenas para ir ao médico.
 
— Essa situação me impactou muito porque sempre fui aquela pessoa acostumada a muitas tarefas. Tudo me deu muito mal estar, também estou tendo crises nervosas, estou angustiada e qualquer coisa me emociona — conta.
 
O geriatra Ivan Abdalla, diretor científico da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro, afirma que durante a pandemia muitos idosos têm ficado deprimidos, ansiosos e apresentado um declínio mais rápido do que o esperado das funções cognitivas, o que ocorre principalmente pela falta das relações sociais e dos seus estímulos.
 
Por isso, o médico ressalta a importância da convivência com os familiares, e indica que, apesar da preocupação com o risco do contágio pelo coronavírus, eles não deixem de visitá-los, tomando todos os cuidados necessários para se prevenir.
 
— É difícil equilibrar, mas precisamos pontuar com as famílias que existe o risco da Covid-19, mas o risco do isolamento também é muito grande para eles, por isso a rede de apoio é muito importante — explica.
 
Comportamentos dão sinais importantes
 
Familiares e outras pessoas que convivem com idosos devem ficar atentos a alguns comportamentos que podem indicar problemas relacionados à saúde mental. Abdalla afirma que se o idoso fica mais recluso, menos comunicativo ou deixa de fazer atividades que gostava, esses podem ser sinais de depressão ou dificuldade cognitiva.
 
— Descompensações clínicas também podem ser um indicativo de que a parte mental está precisando de ajuda, porque o idoso não está tomando o remédio de forma adequada, por exemplo. Além dos sinais mais óbvios: se ele está se sentindo mais triste, ansioso, ou está mais repetitivo e esquecido — enumera o geriatra.
 
A psicóloga Ana Café, diretora de uma clínica de Psicologia e Psiquiatria no Rio de Janeiro, também recomenda atenção a mudanças no apetite, no sono, comportamento mais agressivo ou reclamações constantes sobre a saúde física, sem que os exames indiquem alterações.
 
Ela diz que mesmo antes da pandemia já havia uma grande preocupação em trabalhar a prevenção da saúde mental para a terceira idade, por terem tendência maior a apresentar transtornos.
 
— Temos hoje no Brasil uma realidade nova, com idosos muito ativos, que vêm entrando na aposentadoria, mas que estavam acostumados a ocupar o dia com o trabalho, filhos ou netos. Muitas vezes eles não sabem como lidar com esse momento mais ocioso. É importante o idoso ter a avaliação psicológica e psiquiátrica — aconselha.
 

Fonte: https://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/no-dia-internacional-do-idoso-medicos-alertam-para-importancia-de-cultivar-saude-mental-24670215.html 

Publicado em 01/10/2020 16:10

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