Vacinar seu filho previne doenças e protege outras crianças.

Esqueça as fake news sobre vacinas. Não, elas não provocam autismo, tampouco outras enfermidades graves. Pelo contrário: a vacinação é importantíssima para proteger crianças e adultos contra doenças graves e que podem provocar sequelas ou levar à morte. Além disso, quem vacina o filho está protegendo outras crianças que não podem se vacinar contra doenças preveníveis, porém sérias. Quer entender mais?1
 
A faixa etária da infância é considerada um grupo extremamente vulnerável a todas as doenças infecciosas, principalmente nos primeiros anos de vida. "É por esse motivo que grande parte das vacinas se concentram na infância", explica o pediatra Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
 
A criança, nos seus primeiros anos de vida, ainda não formou a proteção necessária para resistir ou enfrentar diversas doenças sem grandes complicações. "A imunidade dela ainda não está totalmente amadurecida, principalmente no primeiro e segundo ano de vida. É por isso que é ainda mais importante vacinar nessa idade", esclarece o especialista.
 
Sem vacinas, a expectativa de vida diminuiria consideravelmente.2
 
Eu te protejo, você me protege
A infectologista Raquel Muarrek conta que a vacinação promove o que se é conhecido por imunização de rebanho. "Quanto mais gente vacinada, menor a circulação de bactérias ou vírus que podem provocar aquelas doenças. O ideal é que haja cobertura vacinal acima de 90%", esclarece.
 
Cunha também apresenta outra vantagem da vacinação na proteção coletiva. "A partir do momento que há uma cobertura boa, que o ideal é que seja de 95% da população, é muito pouco provável que aquela doença circule entre a população. E, se circular, vai afetar um número muito pequeno de pessoas, até porque sabemos que há um grupo que não pode receber determinadas vacinas", observa.
 
"Você vacina seu filho saudável pensando também no coletivo, em proteger o restante da comunidade e proteger aqueles que não podem tomar determinadas vacinas", explica Cunha.
 
Mas, afinal, quais as contraindicações que impedem uma criança de tomar determinadas vacinas - e quais são elas?
 
Para entender melhor, há dois tipos de vacinas: a de vírus/bactérias vivos atenuados, e as vacinas inativadas, em que os vírus/bactérias estão mortos. É justamente essas de vírus/bactérias vivos atenuados que determinadas pessoas não podem tomar.3
 
"Crianças imunodeprimidas, como em tratamento contra o câncer, em uso de imunoterapia ou outros motivos que a deixam imunodeprimidas - sejam eles doenças ou uso de medicação - não podem tomar vacinas atenuadas", exemplifica Cunha. "Se houver uma alta cobertura vacinal no restante da população, essas crianças também estarão protegidas, pois a doença não vai circular".
 
Logo, vacinar uma criança saudável protege não só a ela, mas também o coletivo, o restante das pessoas que não podem - por problemas de saúde - tomar essas vacinas.3
 
Alerta: a cobertura vacinal está em queda
Se tem algo que também está deixando os profissionais de saúde de cabelo em pé no Brasil é a queda da cobertura vacinal. "Após de 2010, começou uma rotina muito grande dos movimentos antivacina, e eles foram progredindo. É um erro", preocupa-se a infectologista Raquel Muarrek.
 
"Quando uma doença prevenível acomete uma população vulnerável, há alta de mortalidade entre pessoas com baixa defesa. Precisamos vacinar para que possamos ajudar quem não pode se imunizar ou em quem a vacina tem menor ação", enfatiza Raquel.
 
Portanto, todas as doenças já eliminadas ou controladas no Brasil por meio da vacinação correm o risco de voltar, e a única forma de evitar esse infortúnio é mantendo a cobertura vacinal em dia, o que, individualmente, significa levar as crianças para se vacinar, bem como fazer os determinados reforços no tempo certo.2
 
Juarez conta que há ainda outro motivo para as pessoas deixarem de se vacinar. "Há a falsa segurança de que doenças que as pessoas não conhecem, ou nunca viram - exatamente por terem sido vacinadas - não voltam mais a circular", diz, esclarecendo que isso não é verdade. "Se nos últimos anos a cobertura vacinal já estava ruim, em 2020 está muito pior", relata.
 
Com a pandemia, o isolamento e o distanciamento social - além do medo de ir às unidades de saúde - as coberturas caíram muito e estão em torno de 50% a 60%, esclarece Cunha.
 
É por isso que, apesar da pandemia, é preciso ir ao posto de saúde atualizar a carteirinha de vacinação das crianças (e também dos adultos), protegendo-se, claro, com máscaras adequadas que cobrem nariz e boca, bem como álcool gel e mantendo o distanciamento social.4
 
"A Covid-19 não está sozinha, todas as outras doenças estão por aí. E essas outras doenças são preveníveis através da vacinação", aconselha o especialista.
 
Para ele, atualmente o sonho de todos é ter a vacina para a Covid-19, de modo a se libertar de tudo o que está acontecendo. "Mas não podemos deixar de usar o que já temos. Temos vacinas seguras, eficazes e gratuitas, e temos de estimular a população a se vacinar e vacinar seus filhos".
 
E, de uma vez por todas, não caia mais nas fake news que insistem em dizer que as vacinas apresentam metais pesados que podem fazer mal à saúde. "Nem se a pessoa tomasse vacinas a vida toda a quantidade presente ali seria suficiente para provocar algum mal", tranquiliza Raquel.
 
Publicado em 03/12/2020 14:15

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