10 mitos e verdades sobre alergias respiratórias

Só quem tem alergias respiratórias sabe como elas atrapalham a vida. A pessoa não consegue trabalhar direito, se divertir ou mesmo ter uma boa noite de sono. Por causa desse incômodo, o alérgico é capaz de fazer qualquer coisa para se ver livre das crises. E muitas vezes acaba seguindo receitas caseiras ou orientações da internet, que não dão certo.
 
Para evitar que você perca o seu tempo, vamos desmistificar algumas informações que circulam por aí.
 
Antes, é importante entender como essas inimigas do bem-estar se instalam no corpo, especialmente a rinite alérgica. Tudo começa no nariz. Responsável por limpar, umidificar e aquecer o ar, ele tem um mecanismo de defesa que reconhece substâncias tóxicas e age para impedir que elas cheguem aos pulmões. Para isso, bloqueia a passagem desses agressores por meio da obstrução nasal, com sintomas como espirros e coriza. Isso é normal e todas as pessoas, ao entrarem em contato com algumas substâncias tóxicas, apresentam esses sintomas.
 
Acontece que os alérgicos têm uma defesa exagerada a agentes que não são potencialmente agressivos ao ser humano. Ou seja, são hipersensíveis a substâncias que não despertariam nenhuma reação em outras pessoas, como ácaros, poeira e pólen, por exemplo. Além da obstrução nasal, a rinite alérgica provoca bastante coceira no nariz, céu da boca e garganta, espirros, olhos vermelhos ou lacrimejantes.
 
É possível atuar na prevenção e redução das reações alérgicas. O primeiro passo é a prevenção, que consiste em reduzir a presença dos alérgenos em casa, no carro e no local de trabalho. Resumindo, você deve deixar a luz do sol entrar nesses ambientes, mantê-los sempre limpos e ventilados, evitar ter objetos onde os ácaros costumam se alojar, eliminar fungos e umidade e não ter muito contato com animais de estimação, como cachorros e gatos.
 
O segundo passo é o combate das crises. Ele é feito com medicamentos antihistamínicos, descongestionantes, corticosteroides, cromoglicato dissódico e antagonistas de receptores de leucotrienos. Procedimentos como a imunoterapia alérgeno-específica, solução salina e agentes imunobiológicos também trazem bons resultados.
 
Veja a seguir o que é mito ou verdade a respeito da rinite alérgica:
 
A rinite alérgica pode se manifestar junto de outras doenças.
 
Verdade. Ela pode estar associada a várias patologias como asma, conjuntivite alérgica, rinossinusite aguda e crônica, otite média com efusão e alterações do desenvolvimento craniofacial dos respiradores bucais em crianças. Além dessas doenças, distúrbios do sono como apneia e hipopneia obstrutiva do sono, tanto em crianças como em adultos, também podem ocorrer junto com a alergia.
 
As crises não pioram no inverno.
 
Mito. Pessoas com rinite alérgica ou asma estão mais sujeitas a ter incapacidade funcional relacionada ao frio e exacerbação de problemas de saúde do que as que não têm doenças respiratórias pré-existentes. Isso acontece porque a baixa temperatura do ar afeta o epitélio respiratório, provocando hiperresponsividade (inflamação) e estreitamento das vias aéreas respiratórias. Consequentemente, o resfriamento e a secagem do epitélio respiratório podem gerar uma inflamação crônica e aumentar os sintomas alérgicos.
 
Pessoas jovens são as que mais sofrem.
 
Verdade. Crianças, adolescentes e adultos jovens têm mais rinite alérgica do que as pessoas mais velhas. Nas crianças, os efeitos crônicos do processo inflamatório afetam outros sistemas ou órgãos relacionados, como os ouvidos e pulmões. Também podem gerar asma, sinusite crônica e aguda, otite média aguda, otite média secretória, agravamento da hipertrofia adenoide, hipertrofia linfoide, derrame crônico da orelha média com perda auditiva e apneia obstrutiva do sono, além de problemas comportamentais e de aprendizado.
 
Rinite alérgica é hereditária.
 
Verdade. Se a sua família tem um histórico de alergias, é provável que você desenvolva uma sensibilidade aos ácaros, já que há um componente hereditário quando se trata de rinite alérgica.
 
Poluentes não provocam rinite alérgica.
 
Mito. O tabaco é responsável inclusive por problemas respiratórios nos filhos de gestantes que fumam ou inalam a fumaça do cigarro. Além dele, outros poluentes como ozônio, dióxido de enxofre, material particulado (PM 10) e dióxido de nitrogênio derivados da combustão do gás de cozinha ou fogão a lenha causam alergias respiratórias. Cheiros fortes também são gatilhos para reações alérgicas. Portanto, a recomendação é evitar, sempre que possível, o uso de produtos de limpeza, perfumes, talcos e sprays.
 
Mudanças bruscas de temperatura são prejudiciais.
 
Verdade. Por isso os alérgicos devem evitar banhos extremamente quentes, porque ao sair do chuveiro, o contato com o ar frio, principalmente no inverno, é inevitável. O ideal é que a temperatura da água seja equivalente a do corpo. O mesmo vale para o uso do ar-condicionado. Além de limpar regularmente o filtro do aparelho, não se deve programá-lo para deixar o ambiente muito frio, pois o choque de temperatura pode desencadear uma crise imediatamente.
Baratas fazem mal aos alérgicos.
 
Baratas fazem mal aos alérgicos.
 
Verdade. Tanto elas como os roedores podem ser os responsáveis por aquela crise que vem para estragar o seu dia. Para evitar a entrada desses invasores, nunca armazene o lixo em casa nem deixe as embalagens dos alimentos abertas. Se for preciso, use inseticidas (sem cheiro) para exterminá-los ou contrate uma empresa especializada para fazer a detetização.
 
Não é possível distinguir rinite alérgica de gripes e resfriados.
 
Mito. Embora os sintomas sejam parecidos, como espirros e nariz entupido, só a rinite alérgica provoca aquela coceira desesperadora no nariz. Além disso, gripes e resfriados são causados por vírus, enquanto a alergia respiratória é uma inflamação na mucosa nasal. O estado gripal vem acompanhado por febre, queda do estado geral, dores no corpo, e mais todos os sintomas iguais ao da rinite.
 
Antialérgicos dão sono.
 
Depende. Os anti-histamínicos clássicos, de primeira geração, podem causar sono e dificuldade de concentração em tarefas rotineiras como dirigir, trabalhar ou estudar, além de diminuir o tempo do sono REM (o sono reparador). Já os anti-histamínicos de segunda geração, como Allegra, proporcionam o alívio dos sintomas sem sintomas de sedação, e não comprometem as atividades diárias.
 
Corticosteroides devem ser usados em casos específicos.
 
Verdade. Os corticosteroides sistêmicos (utilizados por via oral) são indicados apenas para formas graves e crises graves de rinite alérgica e por um período curto, de cinco a sete dias. Esse cuidado é importante para prevenir os efeitos adversos do uso prolongado. Já os corticosteroides tópicos nasais são mais seguros e podem ser usados por períodos mais longos.
 
*Esse texto tem o caratér meramente informativo, ele não substitui o acompanhamento de médicos especializados. Sempre procure a ajuda de profissionais da saúde.
 
Publicado em 04/02/2021 18:16

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