Cuidados com a pele no verão

Durante o verão as pessoas ficam mais suscetíveis aos danos provocados pelos raios solares na pele. Dessa forma, se faz necessário que haja uma atenção redobrada aos cuidados com ela. A exposição abusiva ao sol gera consequências a curto prazo como vermelhidão, ardência e bolhas, mas pode gerar também casos graves a longo prazo, como o câncer de pele.

A coordenadora da Dermatologia do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), Dra. Viviani Gerken, explica sobre os cuidados e precauções a serem tomados de forma a evitar os malefícios que a superexposição ao sol causa.

Quais são os principais cuidados que a população deve ter com a pele no verão?

No verão, ficamos mais suscetíveis aos danos provocados pelo sol na pele. O dano mais agudo é a queimadura solar. Quando abusamos do sol, ocorre o aparecimento de vermelhidão, ardência e até bolhas. Além do dano agudo, o fator acumulativo da exposição solar pode levar também ao aparecimento do câncer de pele.

Para se proteger, todos devemos usar o protetor solar no dia a dia, com fator de proteção de no mínimo 30 e nas atividades recreativas, como praia, piscina, e em alguns casos especiais, um fator ainda maior.

Além do filtro solar no verão é importante usar chapéu e roupas de algodão nas atividades ao ar livre, pois retêm cerca de 90% da radiação UV. Tecidos sintéticos, como o nylon, retêm apenas 30%. As barracas usadas na praia devem ser feitas de algodão ou lona, materiais que absorvem 50% da radiação UV. Outro objeto que tem extrema importância são os óculos de sol, que previnem catarata e lesões à córnea.

Qual o horário recomendado para evitar a exposição ao sol? Crianças e idosos são mais vulneráveis à exposição solar?

Na verdade, como estamos mais desprotegidos pela redução da camada de ozônio, não existe um horário "seguro" para a exposição solar. Após as 10 horas e até as 16 horas, a incidência da radiação ultravioleta B (UVB) é maior. Dessa forma, a exposição solar é mais perigosa com risco de insolação e queimadura solar. Mas, a radiação ultravioleta A (UVA) é constante em qualquer horário durante o dia. Hoje já se sabe que tanto o UVB quanto o UVA podem causar danos à pele.

Crianças e idosos tem a pele mais sensível e são mais susceptíveis aos danos provocados pelo sol. Antes dos seis meses de idade, a barreira de proteção natural da pele não está completamente desenvolvida. Por isso, essas crianças não devem usar protetor solar químico, pois podem absorver os compostos dos protetores e apresentar efeitos colaterais. Acima dos seis meses, está indicado preferencialmente os protetores físicos ou de barreira, que formam uma barreira física de proteção à pele.

Há diferenças entre protetor, bloqueador e filtro solar?

De uma forma geral, estes termos são usados como sinônimos. Se quisermos ser mais específicos, o termo filtro solar pode ser usado para o composto químico ou físico responsável pela proteção solar. O protetor solar pode ser formado por um ou mais filtros químicos ou físicos. O bloqueador seria um protetor de amplo espectro, ou seja, com um alto fator de proteção solar. Mas, na prática, esses termos são usados inespecificamente.

Algumas dicas especiais: o protetor solar deve proteger contra os raios UVA (indicado pelo PPD - Persistent Pigment Darkening, que significa ‘Escurecimento Persistente do Pigmento’) e contra os raios UVB (indicado pelo FPS – fator de proteção solar). Aplique o produto 30 minutos antes da exposição solar, para que a pele o absorva. Reaplique-o a cada duas horas, mas fique atento, esse tempo diminui se houver transpiração excessiva ou se você entrar na água. Aplique o protetor uniformemente em todas as partes de corpo, isso inclui mãos, orelhas, nuca e pé.

Além da pele, o que é indicado para proteger cabelos e olhos?

O uso de fluidos siliconados nas pontas dos cabelos impede que eles se danifiquem com o vento, calor ou maresia. Não se esqueça de proteger as cicatrizes. Existem protetores específicos para áreas sensíveis como a região em torno dos olhos. Após a exposição, use hidratantes específicos para a região.

Existem alimentos que ajudam a proteger a pele dos efeitos nocivos do sol?

Alguns alimentos podem ajudar na prevenção dos danos que o sol causa à pele, como a cenoura, abóbora, mamão, maçã e beterraba, pois contêm carotenoides - substância que se deposita na pele e retém as radiações ultravioletas, chamadas de antioxidantes. Esta substância é encontrada nas frutas e legumes de cor alaranjada ou vermelha.

Se a pessoa tomou sol sem se proteger e a pele queimou demais, o que pode ser feito para amenizar as queimaduras?

Deve-se hidratar a pele, evitando o ressecamento excessivo causado pelo dano solar. Na fase aguda, pode-se usar um creme de corticoide para amenizar a ardência e outros sinais inflamatórios.

Como evitar micoses de verão e manchas?

Os fungos, causadores das micoses, gostam de lugares quentes e úmidos. No verão, devido a umidade, ao suor e o hábito de ficar com roupas molhadas (biquíni, sunga), as micoses acabam aparecendo.
A melhor forma de evitar as micoses é mantendo hábitos de higiene, como: secar-se após o banho, principalmente áreas de dobras da pele, como virilha, entre os dedos dos pés e axilas; não andar descalço em pisos constantemente úmidos (lava-pés, vestiários, saunas); usar somente o seu material de manicure; evitar usar calçados fechados o dia todo.

Texto por: Dra. Viviani Gerken, coordenadora da Dermatologia do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg).
 

Publicado em 10/02/2022 16:25

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