Estudo de oftalmologista é reconhecido pela SBO

O oftalmologista do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) e do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Alexandre Simões Barbosa, foi o vencedor do “Prêmio Varilux - Categoria Master”, concedido pela Sociedade Brasileira de Oftalmologia, pelo melhor trabalho apresentado no ano de 2022.

O médico tem especialização em neuro-oftalmologia e retina e é preceptor das residências de oftalmologia do Ipsemg e da UFMG. Ele conta que o trabalho intitulado “O índice de resistência da artéria oftálmica como preditor de isquemias focais da coriocapilar em modelos logísticos multivariados” foi realizado no Hospital das Clínicas com pacientes que tiveram o diagnóstico de pré-eclâmpsia grave e manifestações oftalmológicas, como o descolamento de retina.

“O estudo faz parte de uma linha de pesquisa que começou no meu doutorado em 2000 e defendido em 2004. Estudamos os parâmetros de fluxo ao Doppler de vasos orbitários em pacientes com pré-eclâmpsia para estabelecer quais poderiam ser utilizados para identificação de pacientes com alto risco de perda visual. Criamos modelos multivariados com os parâmetros de fluxo, assim como os principais parâmetros clínicos e laboratoriais para estabelecermos os preditores das isquemias coroidianas e do descolamento de retina. Nosso estudo demonstrou que um dos parâmetros do Doppler, o índice de resistência da artéria oftálmica, é o melhor preditor de ambos. O interessante é que, nesse caso, o que determina o aumento do risco tanto da isquemia quanto do descolamento de retina é a vasodilatação e o aumento de fluxo. Isso acontece pelas características particulares desses vasos sanguíneos. Agora conseguimos entender melhor o processo”, esclarece.

Alexandre Barbosa revelou como foi realizada a escolha do vencedor. “Esse prêmio é um dos mais importantes da oftalmologia no nosso país, em grande parte pela forma como é realizado, sem a identificação de autores, cidades, instituições, o que lhe confere um enorme impacto. Só depois de uma comissão analisar todos os trabalhos enviados é que os pesquisadores são identificados. Isso faz com que o valor científico do trabalho seja o único critério de escolha”.

Sobre a sensação de receber o prêmio ele disse que ficou muito feliz porque “essa linha de pesquisa começou num contexto muito particular, quando essas manifestações ainda eram desconhecidas”, diz.
No Ipsemg, o professor e oftalmologista está estudando ampliação do atendimento de neuro-oftalmologia, com a abertura de cursos de qualificação e nessa especialidade.