Hemodiálise: tratamento com humanidade e respeito

Patrícia Barbosa Silva, enfermeira da Hemodiálise.

Uma árdua rotina. Assim pode ser definida a vida dos quase 100 pacientes que durante três dias por semana e cerca de 4h em cada dia, vão ao Centro de Tratamento Nefrológico dos Servidores do Estado de Minas, do Hospital Governador Israel Pinheiro ((HGIP) do IPSEMG para fazer hemodiálise. No entanto, a dureza do tratamento contrasta com a doçura da recepção e do envolvimento dos profissionais, que se dizem desafiados dia a dia a amenizar a rotina desses pacientes.

Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que mais de 90 mil pessoas no Brasil precisam de hemodiálise e a perspectiva é de crescimento desse número em 10% ao ano. O IPSEMG realiza em torno de 1.200 sessões do procedimento por mês.

A hemodiálise é o tratamento indicado quando o rim não funciona ou funciona com menos de 10% da capacidade. A falência dos rins pode acontecer por que a pessoa tem outras doenças associadas como hipertensão, diabetes ou doenças nefrites e não apresenta sintomas até ser diagnosticada. Quem chega a essa situação precisa se submeter à filtragem do sangue pela máquina por pelo menos três dias por semana, durante quatro horas. “É um tratamento sofrido e aqui, nós tentamos minimizar essa rotina difícil para quem precisa do tratamento”, ressalta o médico e coordenador do serviço de Nefrologia do IPSEMG, José Gabriel da Silva Júnior.

O médico ainda relata que os pacientes chegam assustados, com medo e por isso é tão importante que recebam atenção e carinho. “Grande parte dos nossos pacientes é de idosos, já aposentados e recebem um diagnóstico de uma doença crônica e a necessidade de readaptar o estilo de vida, mudar a escala de valores. Tudo isso faz com que elas passem a ter uma nova visão do que é prioridade”.

É com essa nova visão que o aposentado Milton Fernandes Martins, 72 anos, enfrenta a rotina das três visitas semanais ao Centro de Tratamento Nefrológico. Ele diz ter uma relação “amigável” com a máquina que lhe salva a vida. “Não tenho raiva. É ela que me salva. Venho para cá, deito em minha cadeira, fecho os olhos e aguardo o tempo passar. Depois levo minha vida normal, caminho, dirijo, faço o que tenho de fazer. Aqui no Centro só tenho que dizer que o pessoal é muito competente. Todos exercem suas funções com muito empenho, os médicos, enfermeiros, técnicos, faxineiros, todo mundo. É esse pessoal que compensa ter um problema no rim: a gente vem para cá e recebe muito deles, é um prazer enorme conhecê-los e conviver com eles”, ressalta com um sorriso no rosto.

A aposentada Maria das Graças de Oliveira, 67 anos conta qual é o segredo para levar o tratamento à diante “Suporto tudo com resignação. Minha família vivia em Morada Nova. Tive de mudar para Belo Horizonte para fazer o tratamento. Agora estão todos aqui. Preciso desta máquina e aqui encontrei o que precisava. Graças a Deus, a equipe aqui é muito atenciosa. Tratam todos com muita humanidade e amizade. Minha família me apóia e conforta. Estou bem, graças a Deus”, finaliza.

A equipe também revela qual é o segredo para que o trabalho se torne mais suave e se emociona ao falar dos pacientes. Helenita Maria da silva é técnica de enfermagem e há seis anos trabalha no Centro de Tratamento Nefrológico. “A relação com as pessoas aqui é muito boa. Eu tento sempre chegar com bom humor e dar a eles um pouco da minha alegria”.

Já a enfermeira Patrícia Aparecida Barbosa Silva, que está na Hemodiálise desde 2007, conta que muito gratificante trabalhar no local. “Esta é minha segunda casa. O setor aqui é diferente. Como temos pouca rotatividade de pacientes, nos tornamos amigos, uma segunda família. Os problemas vão sendo contornados ao longo do tempo. O fato da insuficiência renal ser uma doença crônica torna o paciente às vezes deprimido e nós tentamos desmistificar essa ideia da cronicidade. Nós sabemos que a maioria é de idosos, que trazem outras doenças como hipertensão e diabetes e que fazer a hemodiálise é muito duro, então é preciso dar atenção e amor” reforça.
 

Publicado em 29/10/2012 08:07

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